Entrevista exclusiva a Rui Maria Pego (RP), apresentador do programa “Curto Circuito” (CC) da SIC RADICAL.
A entrevista foi conduzida por Jorge Banha (JB) para o “Grupo de Fãs do Rui Pego” no Facebook.
JB: Como achas que tem sido o teu percurso no CC?
RP: “Acho que tem sido um percurso simpático! No princípio estava com dificuldade em descobrir qual o meu lugar no programa, mas com o tempo as coisas tomaram o seu lugar e sinto-me completamente integrado. No CC como em outro programa as coisas não podem ser vistas em um ou dois dias, tem que ser ao longo do tempo. O nosso produtor costuma dizer sempre que a televisão é uma maratona, não é uma corrida de 100 metros, nunca se pode julgar o programa num mês ou dois, tem que ser no total.
Importante também são as sinergias que se criam com a equipa, e como a apresentação é feita em dupla, é fundamental a química entre os apresentadores. Dou-me muito bem com a Diana e isso nota-se no ecrã!
Outra questão essencial é que neste momento já conheço os limites do programa, já sei até onde posso ir e o que posso fazer, e já chego a dizer coisas inimagináveis há uns tempos…”
JB: Pensas no que se seguirá ao CC?
RP: “ É natural que pense nisso de vez em quando, mas não é uma obsessão. Gostava de continuar na TV porque me dá muito prazer fazer, embora ache que seja um meio de comunicação em que se está muito exposto, o que pode ser complicado, mas que eu gosto muito, que me diverte e ao mesmo tempo exige muito de mim!
Claro que há outros meios de comunicação onde eu seria igualmente feliz, gosto muito de rádio, gosto de escrever, e quero ao longo do tempo ir experimentando várias coisas. Tenho constantemente que me lembrar que só tenho 21 anos e que é muito pouco tempo…”
JB: Mas o formato do CC é mais exigente por ser em directo não achas?
RP: “Para mim é mais fácil fazer o directo do que gravar. Quando estou a gravar engano-me logo mais de 20 vezes e não gosto! Em directo tenho que dar a volta à situação e tenho conseguido. Sei que em directo é uma adrenalina brutal e o programa está nas nossas mãos, e vou-me descobrindo porque consigo fazer coisas que às vezes duvidava ser capaz!
O que também é verdade é que existem contingências em fazer televisão porque a nossa imagem se vai desgastando, tem que se ter algum cuidado com aquilo que se escolhe porque acabamos por nos tornar numa marca…”
JB: Mas concordas que esse desgaste vem um pouco de Portugal ser um país muito pequeno? Consideras por exemplo que o programa que a tua mãe (Júlia Pinheiro) está a fazer tem hipóteses de durar 20 anos como o programa da Oprah nos Estados Unidos?
RP: “No caso da minha mãe é diferente, tem um percurso muito variado, já fez de tudo um pouco. Desde programas totalmente informativos até chegar a um programa mais abrangente como é o “Tardes da Júlia”, que é um bom formato! Não é por ser apresentado pela minha mãe mas acho que é muito bem feito.
O que se passou com a minha mãe foi que conseguiu sempre reinventar-se, e eu espero conseguir isso também.”
JB: Os formatos televisivos em Portugal são geralmente de curta duração. O Ídolos vai na nona edição nos Estados Unidos, concordas que isso era impensável em Portugal?
RP: “Eu acho que os formatos televisivos em Portugal se esgotam muito rapidamente, mas que isso tem tendência para mudar. Estão a acontecer coisas na sociedade portuguesa que mostram essa mudança e a televisão é o espelho da realidade. A televisão vai deixar de ser monocórdica e pouco criativa à medida que os públicos também deixam de o ser.”
JB: Apesar de fazeres um programa em que comunicas com o público através da Internet e do telefone, a tua experiência no “SIC ao VIVO” levou-te a contactar directamente com as pessoas. Sentiste empatia por parte do público?
RP: “Isso foi uma coisa que me chocou muito. Eu acho que tenho uma atitude que não me traz grande popularidade, ou seja, há pessoas que gostam muito de mim e há pessoas que não gostam nada! Polarizo um pouco as reacções e não considero que seja unanimemente aceite, ao contrário do João Manzarra por exemplo, de quem toda a gente gosta!
Portanto eu estava sem saber qual ia ser a resposta do público, até porque faço um programa num canal por cabo, com uma audiência muito específica e não pensei sequer que as pessoas me fossem conhecer… No entanto foi muito positivo porque senti o carinho das pessoas, um pouco por ser filho da Júlia Pinheiro, mas depois percebi que não era só isso, que as pessoas me conheciam pelo meu trabalho.”
JB: Claro que tendo como pais duas figuras com carreiras brilhantes na comunicação social, às vezes se torna difícil separar as águas…
RP: “É difícil e às vezes eu gostava que a minha mãe tivesse outra profissão! Eu trabalho num formato onde é possível esticar um pouco os limites, meter-me com algumas pessoas e muitas vezes torna-se complicado porque as pessoas me conhecem através da minha mãe, e não vou tão longe quanto gostaria… Apesar disso, tenho muita sorte porque conheci muita gente através dos meus pais, o que me tem ajudado a aprender.
Em casa, no entanto, falamos sobre tudo menos trabalho! Em casa somos família e é muito bom.”
JB: Qual é a tua posição em relação à chamada “Imprensa Cor-de-Rosa”? Na minha opinião pessoal, eu acho que é um tipo de imprensa baseada em rumores e boatos e não em factos. Concordas?
RP: “Eu tenho uma posição um pouco conservadora em relação às revistas cor-de-rosa. Eu já tenho à partida uma exposição muito grande, as pessoas sabem quem são os meus pais, já viram fotografias das minhas irmãs, portanto a minha vida familiar é muito exposta. Logo, no que diz respeito à minha vida privada tento reservá-la ao máximo, ninguém sabe quem são os meus amigos, com quem saio, com quem vou lanchar ou ao cinema, nem ninguém tem que saber, por isso é privado!
Mas até agora não me posso queixar porque não tenho dado hipóteses de abrir a porta, que uma vez aberta é muito difícil fechar…”
JB: Mas existem pessoas que abrem essas portas de propósito porque procuram protagonismo rápido, quando há outras que, sossegadas no seu canto, vêem coisas nas capas dessas revistas que não correspondem minimamente à verdade…
RP: “Sabes, eu acho que se perdeu um bocadinho o decouro, abordam-se coisas inimagináveis! Eu já vi manchetes horríveis, de pessoas que conheço, inclusive coisas sobre a minha mãe, que não são de todo verdade! As manchetes servem para vender revistas e saem a maior parte das vezes do contexto da entrevista…”
JB: Às vezes, coisas ditas a brincar são levadas a sério…
RP: “Sim, quem me conhece ou me vê diariamente na televisão como tu, sabem que tenho um humor muito cáustico, um humor negro. E há pessoas que não sabem quando estou a falar a sério ou a brincar!
Quando no CC embirro com o Xavier ou digo certas piadas não quer dizer que não me dê extremamente bem com ele! São piadas! Por isso hoje em dia, quando se dá uma entrevista, tem que se ter muito cuidado com o que se diz…”
JB: Uma das primeiras coisas que li sobre ti, por exemplo, foi que tinhas sido adoptado pela Júlia Pinheiro quando casou com o teu pai…
RP: “A sério? Essa não sabia! Mas lá está, não se dão sequer ao trabalho de fazer pesquisa antes de publicar a notícia. Aviso-te desde já que vou brincar muito com essa informação!
Isso lembra-me uma manchete sobre mim que dizia “ELE QUERIA SER BRUXO”, que surgiu durante a quermesse para ajuda ao Haiti, em que tinha algumas coisas à venda relacionadas com isso e disse na brincadeira que tinha jeito para bruxo! Mas não, não queria ser bruxo, foi a brincar!... “
JB: Para finalizar, achas estranho haver um grupo de fãs dedicado a ti no Facebook?
RP: “Acho estranhíssimo! Quando vi pensei: mas o que é isto que está a acontecer aqui? Sabes, esta coisa dos fãs faz-me muita confusão. Eu só percebi que havia pessoas que queriam o meu autógrafo no Sic ao Vivo, o que para mim é um pouco surreal! As pessoas pediam-me autógrafos e eu pensava mas porquê eu? Fez-me alguma confusão mas fico lisonjeado como é óbvio!
É engraçado e agradeço a todos.”
JB: Como fundador do teu grupo de fãs, quero agradecer-te a disponibilidade e desejar-te uma carreira cheia de sucesso!!!
NOTA: Quero agradecer a toda a produção do CC por me fazerem sentir tão à – vontade no estúdio. À doce Diana pela simpatia e carinho. Um grande abraço ao Xavier e ao Gonçalo.
Last but not least, um agradecimento muito especial a ti Rui, pela disponibilidade, pela simpatia e por me teres recebido para fazer esta entrevista. Pouca gente se daria a esse trabalho. Obrigado.
Jorge Banha
Carnaxide, 19 de Março de 2010.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Publicada por




0 comentários:
Enviar um comentário